terça-feira, 30 de dezembro de 2008
desejo a vida
aproximavas-te num caminhar único
sereno, de branco.
o tempo suspenso como no filme.
com os pés na Terra
os pés que já não sentes.
imaginei e vi,
portanto existe e é válido.
tu andavas e pronto.
o mundo é fútil à tua volta
mas é assim que é feliz
e é isto que conta, não é?
a nossa luta é respirar
todos os dias, todos os dias
com pulmões que não são teus,
com músculos que não dominas,
em casa que não é a tua.
e não sentes calor.
e pensas que sabes o que é a dor
mas não tens saber.
fazem-te acreditar no poder
mas o pior é não ver.
a razão é ficção da tua cabeça
e nada desejas...
nada desejas a não ser aquilo que não é teu.
o que não é nosso é a vida!
disseste "a vida não é verdadeiramente nossa".
disse o escritor:
"sei que não desejo a morte,
ninguém deseja a morte".
se me permites acrescento:
a morte já é nossa.
desejo então a vida.
foto de Pedro Rodrigues
domingo, 7 de dezembro de 2008
O meu tempo
gosto de estar contigo ...
e não gosto!
Quero estar comigo e não estou...
Quando estou: quero que passe
para estar contigo.
Contigo, só ou acompanhado...
Gosto de ouvir um disco
ler um livro
ver por fim o tal dvd...
Conversar e rir da última piada,
aquela vista ontem na TV.
O mundo na mão.
A nossa maior fantasia!
Grande ironia: não ter nada
e ter (quase) tudo,
sem tempo para nada...
no tempo que tudo tem.
Foto de Pedro Rodrigues
quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
Desejo
É ele que te faz mover
Vencer as areias movediças
Sob o teu corpo pesado.
Dá-te a força anímica
Transforma o teu rosto
Dando-lhe vida
Dança e mímica.
Riso, suspiro…
Mesmo sem força,
Apesar da vontade,
Mantém o desejo.
Chama que aquece a alma
Que faz palpitar
Dá o prazer, dá a dor.
Faz olhar o céu
E sonha-se
O sonho de ser maior.
Não, não percas o desejo
Aquele que nos leva
Que te faz bela a meus olhos
Que nos torna válidos.
Únicos no preciso momento
Múltiplos infindáveis de um.
E nos consome, consumindo-se...
Torna-te real,
Perpétua a nossa existência…
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
Esperança
(sou obrigado a começar assim,
por ter idade mais que suficiente)
mas hoje apetece-me comemorar:
A palavra ESPERANÇA está na ordem do dia.
ESPERANÇA
de certeza, o que é raro, sentida pela maioria das pessoas
do MUNDO.
Aproveitemos o momento proporcionado.
terça-feira, 4 de novembro de 2008
o tempo que se vive
terça-feira, 30 de setembro de 2008
Sete Cidades
Procurando entender,
Procurando ter riquezas.
No Atlântico me quedei
Pois aqui encontrei o lugar
Perfeito para te amar.
Nas Sete Cidades perdi-me
Que grandeza, do alto da montanha:
Uma vista majestosa!
O fundo da cratera,
É retrato fiel da paixão.
Juras de amor eterno...
Uma mulher, o desejo,
A definição de beleza.
Um convite ao prazer
A nossa aventura,
Mistério da vida,
Num ponto no Mundo.
Ponte entre azul e verde,
Entre emoção e sangue.
Um privilégio, uma sorte,
Ver-te e sentir o bater do coração.
Percorri os sete mares
E encontrei-te! Meu amor...
Vale das Furnas
O mais belo e poético
Está registado no pedaço de terra
Mais isolado e escondido.
Aí, Ele foi do mais criativo,
Arrojado e esclarecedor.
Não poupou nas palavras,
Nem nas cores, nem nos sons.
Foi gigante no cenário,
Colocando-nos à escala.
No Vale das Furnas,
A natureza impõe-se e ensina-nos
O bem e o mal. O belo...
O lado de cá e o lado de lá.
E quem sou eu?
Na erupção, a emoção.
Na quietude, a razão.
No fogo a paixão.
Na água contemplação.
E vê-se a Terra a palpitar,
Mesmo o Todo Universo.
Transformação em marcha
Ciclo sem forma,
Onde não se vê o principio,
Não se vê o fim.
Nascer, existir, morrer...
Tão simples, tão complicado.
Este é um lugar mais do que formoso -
Poema, tela, música de Deus -
É mágico, por ser único
E por poder ser nosso.
Lagoa do Fogo
E no meio da Terra o fogo.
No meio do Atlântico a ilha
E no meio da ilha a lagoa.
De muitos, a mais bela.
É a filha do meio,
Rebelde e insubmissa,
Mas sempre doce e presente...
Contornos perfeitos, cabelos desalinhados.
A personificação da liberdade.
Ou do sonho de ser livre...
Exposta aos rigores da vida,
Confrontando, de frente, os elementos.
Foi ela, a que nasceu do fogo,
Do caos e do desvario.
Foi ela, a que surgiu da desordem,
Por entre as labaredas da paixão.
Ela é a coragem que nunca tive,
Uma vida fantástica que nunca vivi.
E respira, respira... transformando-se.
Foi o caos e fogo, agora é Harmonia.
E no vale, na quietude das suas águas,
Espelha o céu, as aves e o verde.
Quedando-se perdida do tempo,
Majestosa, esperando um olhar teu,
O abraço e o toque dos teus lábios.
Ponta Delgada
De silhueta firme e ondulada, Delgada,
Contempla o horizonte azul,
Fronteira de céu e mar.
De sonho e coragem.
Mulher bela e desejada é amada... ou usada.
Vestida a branco e preto, colorida com mil flores,
De braços abertos, sincera e comovida
Recebe o homem e gera o filho,
O seu futuro.
Reza e pede por nós, pela vida...
De coração obrigado mas aberto,
Sem nada esperar reza
Ao Santo Cristo dos Milagres.
Marcada, desde sempre, pela força do basalto.
Moldada, para sempre, pelo mar defronte,
Pelo Homem contemplativo, sob o céu.
É forma, história viva,
Um centro de verdade.
Lança-se agora destemida, de encontro ao mundo,
Crescendo do trabalho e do sonho, da persistência.
Ganhando a sua liberdade,
Dá sentido à sua existência.
E existe num sentimento profundo
De estar a cumprir um desígnio:
A busca de felicidade eterna.
terça-feira, 16 de setembro de 2008
Este Verão
Já não era sem tempo…
Que fintei e parei.
Quando abri os olhos e ouvi
Estava lá, na terra das sensações.
No meio do deserto azul
Aquele que esconde segredos.
Não me fiz rogado e senti
Explorando o que parecia haver
Fui lá, ao mar da memória,
Aos lagos do prazer inocente.
Lá onde se percebe a redoma
Que nos protege do vazio e do frio.
E foi lá que te vi outra vez
E se me apertou o peito.
E que senti vontade de brincar,
Esperando apenas aquilo que me é dado.
E corri como um louco pela ilha
Tentando descobrir o que havia para mim.
Fui lá até ao fim.
Estendido no verde da vida,
Permaneci sem nada de nada,
Com tudo que é meu.
Foi lá que adquiri o direito ao futuro
O dever de andar erecto
Para poder fintar e parar outra vez.
terça-feira, 29 de julho de 2008
ao fechar a porta
sábado, 19 de julho de 2008
No fim
Quando tomas consciência do
fim
O que parece é.
Quando tomas consciência da injustiça
e incoerência que é o
fim
Pelo menos acreditas.
Acreditas que sabes quem és.
Quando sentes o medo do
fim,
tudo se compõe, torna-se lógico.
Quando vives a angústia da derrota que é o
fim,
tudo tem um sentido incontornável
que só podia ser este...
Por fim.
Quando o corpo te amarra, não tens para onde ir,
não tens o que fazer e já não te apetece dizer mais nada,
só a espera depende de ti.
De ti...
Que nunca soubeste quem foste.
sexta-feira, 11 de julho de 2008
rosa sangue
o abismo
a impotência.
o quadro é real!
e a realidade era vermelho
tão vermelho
como sangue vivo.
o vestido já não estava branco,
só a pele.
e veio o desejo:
imaginei ser o heroí,
aquele capaz de mudar destinos.
ela é tão jovem, merece o futuro
merece-o como todos nós.
ela não sonha, está a viver o presente.
quem não pertence aqui sou eu
o meu mundo é de rosas brancas
onde, com pouca coragem, se vive...
quarta-feira, 2 de julho de 2008
insónia
vozes ocas que me atacam
ninguém deve pedir desculpa por ter vindo ao mundo
ninguém deve ficar aprisionado ao vazio
com sensação de opressão na alma.
o mal do mundo não é culpa nossa
o nosso corpo não se mexe
nem sequer conseguimos voar.
para aqui só, de olho aberto
neste momento, tão desfazado do status mundano
como do tempo circadiano.
sinto-me cheio... de irresponsabilidade
pois nada depende de nós.
e, no entanto, gostava de tentar.
para começar,
vou contar carneiros... 1,2,3,4,...
quinta-feira, 26 de junho de 2008
Este Mundo
Azul.
Da imensidão do negrume
Surgiu, de certeza, fruto da união de dois corpos.
Como sempre será...
Da semente ao fruto.
Apresenta-se-nos cinzento, em variados tons
Sinais do tempo.
Injusto que até dói:
Onde poucos sabem algo
Muitos nem sonham,
Onde poucos comem tudo
A maioria nem vê.
Por vezes verde como convém,
Cheirando tão bem
Emanando felicidade,
Numa revolta de esperança.
Na maturidade o desejo de se unir
Perpetuando, fechando o ciclo.
De uma forma que parece ingénua
Parece em busca de perfeição.
sábado, 21 de junho de 2008
da tua existencia.
Tornas-te real e tudo é possivel.
Percepciono e memorizo.
Sou memória e tu a minha glória.
Ganho saber e sou.
Mas porquê e para quê o saber se, de um momento para o outro, o nada existe?
E o nada será real?
Só o será se tu lá estiveres.
Mas se lá estiveres o nada é tudo... tudo para mim.
Afinal és ou não real?
O que parece realmente é?
Que sentidos me faltam?
Que sentido nos falta?
Até que ponto nos conhecemos?
Mereço a tua confiança?
Mereço companhia?
Desejo e necessito.
Em vários tons
forma, cor, textura, cheiro e gritos
que se interiorizam e que ficam como que suspensos,
percepciono e ganho saber e sou real.
Tu estás aqui e te transformas...
E transformas-me também.
O nada é nada.
Nós somos tudo.
Somos realidade.
Quantas sensaçoes partilhamos?
E quantas vamos partilhar?
Que sinto:
a mentira ou a verdade?
Sinto-te a ti
E sei quem sou.
Somos sentidos,
memória e saber.
Glória à vida...
Um brinde:
À nossa.
terça-feira, 17 de junho de 2008
real
deixa-me mostrar quem sou
sair pelos sentidos
ou pelos sonhos
tentar saber quem és
ficar a gravitar em ti
sente o meu peso
massa opressiva
por vezes grande
na maioria um . (ponto)
sem fronteiras
que se funde
pela atracção
deixa-me entrar
participar da realidade
concreta e/ou disforme
como foi o começo?
mentira e/ou verdade
aqui e agora
presença e/ou ausência
sem fim à vista...
esperança e/ ou desvario
finito.
segunda-feira, 2 de junho de 2008
Definição de amor
O AMOR é a entrega total,
numa fracção de segundo
ou durante uma vida inteira.
Por desejo ou sem querer.
É o teu sorriso contra o meu corpo cansado.
É a tua generosidade em te expores perante os meus olhos e as minhas mãos.
É quando me ouves e acenas de forma doce.
É quando te entregas e, num murmúrio, transformas-te
em cheiro, gosto e pele perante e em mim.
Tu és naturalmente suave, sabias?
Dispor do teu corpo e ter o discernimento para o sentir, sendo eu,
é uma bênção.
Por tudo isto, e sobretudo pela inteligência que permite o abandono,
agradeço-Te.
O Amor também é fogo que arde sem se ver...
Mais do que definir (e já não me apetece defini-lo)
é sentir e saber dar o devido valor:
Saber agradecer e honrar o Amor.
Muito provavelmente não devemos deixar passar qualquer oportunidade para amar.
Para a entrega, o abandono, o receber....
Quando faz parte e nos preenche é a mais nobre razão da existência.
Além do mais, e de forma definitiva: antes o amor que o ódio.
E o prazer?...
que é meu,
desejo que seja o teu,
meu Amor!
domingo, 25 de maio de 2008
Testemunho de vida
sentir que se é...
quando é bom passar em sítios
onde já se viveu,
ruas que já se percorreu.
Reviver por instantes
fotografias espalhadas pelo chão.
Sair e andar pela cidade.
Testemunho de vida
nas experiências que já tivemos
recordando os corpos que amei.
Simplesmente contemplar,
decorando as curvas, a silhueta
o que está preenchido
e o que está deserto.
Tão bom a saliva e as lágrimas ,
o sal e o açucar que saborei.
Tantos lugares na cidade.
Testemunho de vida
simplesmente ao caminhar por aqui,
sentindo a vida em aberto
precisamente por se ser vida,
o futuro pela frente,
o minuto imediato.
Olhando para trás e para a frente
balançamos porque podemos,
sentir o presente -
o agora em que tu estás.
Por seres tu, por estares aqui,
tudo corre bem melhor.
Tudo palpita, tudo se mexe
é a cidade que respira.
terça-feira, 20 de maio de 2008
o nosso momento
a necessidade de descrever
como de te despir.
penso com certeza
que só existe esta vez
o que passou
o que virá
só resta o nosso momento.
este que é um
feito por dois.
não digas não
que não te mereço
que não me pertences
não percas a oportunidade
de partilhar a minha felicidade.
neste momento de egoísmo
mas verdadeiro e puro
encontro o sentido
nem sempre presente.
sei que a tua direção
é tão sinuosa quanto a minha
que no fim somos dois iguais
e que nos merecemos.
quinta-feira, 15 de maio de 2008
sexta-feira, 2 de maio de 2008
Criança eterna
quinta-feira, 24 de abril de 2008
Que o meu destino seja o AMOR
sábado, 19 de abril de 2008
Unidos e Separados
Ainda te lembras da angústia da separação?
O que é feito do gosto por filmes de aventuras
E do deslumbramento perante o fogo-de-artifício?
Qual o nosso papel diante deles e, sobretudo,
Aquele perante nós?
Este tempo ainda será o nosso?
O espaço mantém-se ainda disponível?
Qual será a nossa força?
Olha para mim, que eu olho para ti.
Como o tempo passou, como o teu corpo mudou.
Os olhos permanecem meigos como sempre...
Afinal sempre estiveste aqui!
Olhas por mim, que eu olho por ti
Andamos devagar mas com todo o tempo.
Afinal ninguém se lembra de nós? Quem precisa de mim? (diz ele)
Abraça-me que estou com frio... (diz ela)
E vão continuar como sempre – unidos e separados –
Até à eternidade.
segunda-feira, 14 de abril de 2008
Os sonhos
SO
N
HO
S
Olho para trás
para onde o horizonte se perde
para onde a memória se desvanece.
Tantos lugares sem nome
tanto espaço por explorar
tantas palavras por dizer.
Sabores que não provei
saber que nunca chegará.
De concreto só os sonhos.
Ainda colado ao chão,
guiado pelo destino vida
perscruto o horizonte em frente
E porque o tempo avança,
com natural sensação de ansiedade,
desejo a realização dos novos sonhos.
quarta-feira, 9 de abril de 2008
A minha opinião
focado num objectivo,
tento argumentar e
manter o pio.
Não me quero impor
e não me interessa dominar.
Apenas um ponto de vista,
uma sensibilidade,
uma diferença.
Podemos todos falar
gestualizar e observar.
Provavelmente nada mudará
mas afirma-se a liberdade.
E existe o ser social
e sou aquele que tem esperança
(pode ser que algo realmente mude...).
Dou a minha modesta opinião,
fruto de diversas heranças,
sobre um tema racional
ou puramente emocional.
Mas aqui para os meus botões
(que ninguém me ouve)
a maioria das vezes
estou calado e ouço...
a sorrir
;-)
domingo, 6 de abril de 2008
Imagina o óbvio
sábado, 5 de abril de 2008
fadiga
Ficamos suspensos, movimentos lentificados.
Respiro fundo e sinto o vazio.
E queima-se o tempo que em cinzas se desfaz,
Não sabendo o que fazer, nem sequer querendo.
Estendido sinto o corpo dorido.
O mundo à volta resume-se a um rectângulo,
De uma só dimensão, vestido a preto e branco.
Fecho os olhos e estou oco.
Somos natureza morta num quadro,
Perpetuando o momento sem perspectiva alguma.
Estou reduzido a músculo e osso.
O silêncio impera entre nós e é denso.
E o coração bate desinteressadamente.
A esperança, que espero, mantém a realidade.
Ao virar-me adormeço para sempre.
Finalmente...
terça-feira, 1 de abril de 2008
Manifesto
Racionalmente, parece-me estúpido sentir a obrigação de escrever umas linhas, quase diariamente, para tentar compor um blogue que não tem qualquer objectivo definido. Provavelmente é uma tentativa para criar algo e passar uma qualquer mensagem, que sendo necessariamente minha, é praticamente escutada só por mim :º)
Manifesto:
Escrevo porque me apetece!
Dá-me gozo lançar garrafas com mensagens
pelo mar a dentro = Mardentro (ou mar a fora)
Dá-me gozo jogar com as palavras,
escrevê-las.
cortar, acrescentar, criar.
Exploro as palavras, sem qualquer objectivo.
Mas tirando proveito:
Sinto um pequeno PRAZER INFANTIL,primário.
Liga-me à infância, liga-me aos sonhos.
Contudo afirmo: não esperem muito - o talento é pouco!
Para mim, que não espero, são um tipo de poema-mensagem
que surge de forma rápida mas honesta.
Em termos comerciais (nos tempos que correm é assim que se classifica tudo)
não valem mais que 5 cêntimos cada!
E isto é o verdadeiro valor destes meus poema-mensagem: é o de não valerem nada
e, contudo, darem-me algum prazer ao escreve-los. O que é tudo!
Já passaram 10 minutos - tempo médio que, racionalmente, acho que posso tirar para compor uma mensagem - tenho de ir roncar.
Amanhã logo se vê.
Amanhã a gente se vê.
.
segunda-feira, 31 de março de 2008
Um qualquer
Nem sempre somos o mesmo,
quantas vezes diferente
que dá igual a outro qualquer.
Nem sempre estamos a par,
quantas vezes distante
perdidos num sítio qualquer.
Nem sempre temos coragem,
quantas vezes lutamos
encostados a um canto qualquer.
Nem sempre percebemos
quantas vezes perdemos
uma oportunidade qualquer
Nem sempre se pode
quantas vezes se quer.
Afinal, somos um qualquer.
domingo, 30 de março de 2008
À chuva
de comunhão
os dois a passear...
à chuva.
pedaço de nós,
pelo mundo,
desafiando o destino
que sempre encontramos.
caminho aberto
por vezes desencontrado
caminhamos molhados,
sem dar importância,
são breves os momentos
que não se podem perder.
sexta-feira, 28 de março de 2008
Por fim a voz
Após murmúrios
o silencio.
A tua voz
Concreta.
Finalmente presente
Em mim.
Onda de som
Que penetra,
Rouca,
A pedir por mais.
E eu dou.
Porque quero
E gosto.
Silencio...
De novo a voz,
Ofegante,
Que depois grita
E que, num gesto
(irreflectido e excessivo)
É calada, atraiçoada.
Cobardia e vergonha.
Por nossa culpa,
Nossa grande culpa:
Porquê esconder
O som do amor,
A verdade?
quarta-feira, 26 de março de 2008
Por volta das cinco
Tomei um copo de whisky,
Dois, sem gelo!
Aqueci
Pensei em ti.
“Life is a Cabaret”, na t(i)v(i).
Quando voltares
Serás minha?
Acho que nunca investi
Não sou homem de sucesso!
Serás minha?
Alguma vez foste?
Provavelmente só finges.
Sentida.
Estás bem, não estás?
É que cada qual tem o seu papel.
Life must go on.
segunda-feira, 24 de março de 2008
o nosso mundo
O teu é o meu.
Não adianta esconder-me
partilhamos o mesmo espaço
e estou sempre visível.
Encontro-me sempre
onde procuras
e sou sempre o mesmo:
imprevisível.
Preciso de conforto
e tu envolves-me
assim...
entre dois braços
o peito e as ancas
as pernas e a boca.
E o meu mundo é o teu
e tu deixas,
o espaço é o mesmo,
precisas de conforto.
domingo, 23 de março de 2008
Não História
Na História Não.
Como seria se tivesse acontecido de outra maneira?
Se tivéssemos sido persas e não gregos
Se Constantino não tivesse visto a cruz
Nem Cristo ressuscitado?
Como seria se Roma fosse em Cartago
E a Índia a ocidente?
E se o Mundo não fosse redondo,
Nem a Terra girasse à volta do Sol?
E se a Mona Lisa chorasse
E o tempo parasse?
Como seria se a Lua não se vise
Se a humanidade não sonhasse
Se tu não existisses?
sábado, 22 de março de 2008
de regresso
- Alexandre Reis
- Porto e Ponta Delgada, Douro - o Mar - Açores, Portugal
- por cá ando... resultado da junção ocasional entre um espermatozoíde e um óvulo, nos finais de 1969, início de 1970, que deu fruto e cresceu (de forma bastante substancial) e que tem como objectivo maior: (pro)criar... ou pelo menos tentar.