segunda-feira, 31 de março de 2008

Um qualquer














Nem sempre somos o mesmo,

quantas vezes diferente

que dá igual a outro qualquer.



Nem sempre estamos a par,

quantas vezes distante

perdidos num sítio qualquer.



Nem sempre temos coragem,

quantas vezes lutamos

encostados a um canto qualquer.


Nem sempre percebemos

quantas vezes perdemos

uma oportunidade qualquer



Nem sempre se pode

quantas vezes se quer.

Afinal, somos um qualquer.

domingo, 30 de março de 2008

À chuva

Breve momento
de comunhão

os dois a passear...
à chuva.

pedaço de nós,
pelo mundo,

desafiando o destino
que sempre encontramos.

caminho aberto
por vezes desencontrado

caminhamos molhados,
sem dar importância,

são breves os momentos
que não se podem perder.

sexta-feira, 28 de março de 2008

Por fim a voz










Após murmúrios
o silencio.

A tua voz
Concreta.
Finalmente presente
Em mim.

Onda de som
Que penetra,
Rouca,
A pedir por mais.

E eu dou.
Porque quero
E gosto.
Silencio...

De novo a voz,
Ofegante,
Que depois grita
E que, num gesto
(irreflectido e excessivo)
É calada, atraiçoada.

Cobardia e vergonha.
Por nossa culpa,
Nossa grande culpa:
Porquê esconder
O som do amor,
A verdade?

quarta-feira, 26 de março de 2008

Por volta das cinco

Por volta das cinco parei...
Tomei um copo de whisky,
Dois, sem gelo!
Aqueci
Pensei em ti.

“Life is a Cabaret”, na t(i)v(i).

Quando voltares
Serás minha?
Acho que nunca investi
Não sou homem de sucesso!

Serás minha?
Alguma vez foste?
Provavelmente só finges.
Sentida.

Estás bem, não estás?
É que cada qual tem o seu papel.
Life must go on.

segunda-feira, 24 de março de 2008

o nosso mundo

O meu mundo é teu
O teu é o meu.
Não adianta esconder-me
partilhamos o mesmo espaço
e estou sempre visível.
Encontro-me sempre
onde procuras
e sou sempre o mesmo:
imprevisível.
Preciso de conforto
e tu envolves-me
assim...

entre dois braços
o peito e as ancas
as pernas e a boca.

E o meu mundo é o teu
e tu deixas,
o espaço é o mesmo,
precisas de conforto.

domingo, 23 de março de 2008

Não História


Tudo seria diferente
Na História Não.
Como seria se tivesse acontecido de outra maneira?
Se tivéssemos sido persas e não gregos
Se Constantino não tivesse visto a cruz
Nem Cristo ressuscitado?
Como seria se Roma fosse em Cartago
E a Índia a ocidente?
E se o Mundo não fosse redondo,
Nem a Terra girasse à volta do Sol?
E se a Mona Lisa chorasse
E o tempo parasse?
Como seria se a Lua não se vise
Se a humanidade não sonhasse
Se tu não existisses?

sábado, 22 de março de 2008

de regresso


É tão bom fazer as malas e

regressar

o tempo da viagem

meu

o futuro pela frente

espectativa

voltar ao passado...
ficar por cá
juntos
e viver simplesmente.
A minha foto
Porto e Ponta Delgada, Douro - o Mar - Açores, Portugal
por cá ando... resultado da junção ocasional entre um espermatozoíde e um óvulo, nos finais de 1969, início de 1970, que deu fruto e cresceu (de forma bastante substancial) e que tem como objectivo maior: (pro)criar... ou pelo menos tentar.