quinta-feira, 24 de abril de 2008

Que o meu destino seja o AMOR


Um dia cheguei sem avisar
queria, de forma inconsciente, dar nas vistas.
Procurei-te por toda a parte
e encontrei-te quase sempre.
Por milagre já cá estavas.

O caminho é so um e tem um só sentido:
o sentido é o nosso, o caminho para onde vai?
Só nos perdemos pelos sentidos,
e podemos nunca aceitar o destino.
Mas parece que fomos feitos um para o outro.

Só há um eu, um nós... que para aqui está.
Num breve suspiro a existência,
não havendo maior nobreza que a sobrevivência.
Foi nos dado o Divino para suporte.
E pagamos com a consciência da existência.

Também existe o Amor e quem o prova
sabe que pode abandonar o caminho.
Sabe que pode desvanecer sem recentimento,
provavelmente tornando-se parte do Divino.
Que o meu destino seja só o amor (para além da morte).


sábado, 19 de abril de 2008

Unidos e Separados


Desde há quanto tempo não nos vemos
Ainda te lembras da angústia da separação?
O que é feito do gosto por filmes de aventuras
E do deslumbramento perante o fogo-de-artifício?

Qual o nosso papel diante deles e, sobretudo,
Aquele perante nós?
Este tempo ainda será o nosso?
O espaço mantém-se ainda disponível?
Qual será a nossa força?

Olha para mim, que eu olho para ti.
Como o tempo passou, como o teu corpo mudou.
Os olhos permanecem meigos como sempre...
Afinal sempre estiveste aqui!

Olhas por mim, que eu olho por ti
Andamos devagar mas com todo o tempo.
Afinal ninguém se lembra de nós? Quem precisa de mim? (diz ele)
Abraça-me que estou com frio... (diz ela)
E vão continuar como sempre – unidos e separados –
Até à eternidade.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Os sonhos

O S

SO
N

HO
S




Olho para trás
para onde o horizonte se perde
para onde a memória se desvanece.

Tantos lugares sem nome
tanto espaço por explorar
tantas palavras por dizer.

Sabores que não provei
saber que nunca chegará.
De concreto só os sonhos.

Ainda colado ao chão,
guiado pelo destino vida
perscruto o horizonte em frente

E porque o tempo avança,
com natural sensação de ansiedade,
desejo a realização dos novos sonhos.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

A minha opinião

Sem tentar perder o fio,
focado num objectivo,
tento argumentar e
manter o pio.

Não me quero impor
e não me interessa dominar.
Apenas um ponto de vista,
uma sensibilidade,
uma diferença.

Podemos todos falar
gestualizar e observar.
Provavelmente nada mudará
mas afirma-se a liberdade.

E existe o ser social
e sou aquele que tem esperança
(pode ser que algo realmente mude...).


Dou a minha modesta opinião,
fruto de diversas heranças,
sobre um tema racional
ou puramente emocional.

Mas aqui para os meus botões
(que ninguém me ouve)
a maioria das vezes
estou calado e ouço...
a sorrir
;-)





domingo, 6 de abril de 2008

Imagina o óbvio




Imagina-te feliz,


Invadido por confiança e bem estar.


Obviamente por pouco tempo!




Imagina que tens alguém a teu lado


que te conforta e acaricía.


Obviamente até à proxima traição!




E já agora, imagina que és um vencedor


e o teu trabalho um alívio para o corpo.


Obviamente até despertares.




Imagina o óbvio:


O teu papel dia após dia


A tua presença, a tua massa ocupando espaço.


Momentos mais ou menos.


O próprio, presença permanente.


Controlado pelo tempo.




Imagina uma vida comum até...




- Conheces alguém permanentemente satisfeito?


- Conheço... mas já morreu.


Aproveito para agradecer à minha imaginação.






sábado, 5 de abril de 2008

fadiga

Por vezes a fadiga apodera-se de nós
Ficamos suspensos, movimentos lentificados.

Respiro fundo e sinto o vazio.

E queima-se o tempo que em cinzas se desfaz,
Não sabendo o que fazer, nem sequer querendo.

Estendido sinto o corpo dorido.

O mundo à volta resume-se a um rectângulo,
De uma só dimensão, vestido a preto e branco.

Fecho os olhos e estou oco.

Somos natureza morta num quadro,
Perpetuando o momento sem perspectiva alguma.

Estou reduzido a músculo e osso.

O silêncio impera entre nós e é denso.
E o coração bate desinteressadamente.

A esperança, que espero, mantém a realidade.

Ao virar-me adormeço para sempre.
Finalmente...


terça-feira, 1 de abril de 2008

Manifesto


Racionalmente, parece-me estúpido sentir a obrigação de escrever umas linhas, quase diariamente, para tentar compor um blogue que não tem qualquer objectivo definido. Provavelmente é uma tentativa para criar algo e passar uma qualquer mensagem, que sendo necessariamente minha, é praticamente escutada só por mim :º)

Manifesto:

Escrevo porque me apetece!
Dá-me gozo lançar garrafas com mensagens
pelo mar a dentro = Mardentro (ou mar a fora)

Dá-me gozo jogar com as palavras,
escrevê-las.
cortar, acrescentar, criar.

Exploro as palavras, sem qualquer objectivo.
Mas tirando proveito:
Sinto um pequeno PRAZER INFANTIL,primário.
Liga-me à infância, liga-me aos sonhos.

Contudo afirmo: não esperem muito - o talento é pouco!
Para mim, que não espero, são um tipo de poema-mensagem
que surge de forma rápida mas honesta.
Em termos comerciais (nos tempos que correm é assim que se classifica tudo)
não valem mais que 5 cêntimos cada!
E isto é o verdadeiro valor destes meus poema-mensagem: é o de não valerem nada
e, contudo, darem-me algum prazer ao escreve-los. O que é tudo!

Já passaram 10 minutos - tempo médio que, racionalmente, acho que posso tirar para compor uma mensagem - tenho de ir roncar.
Amanhã logo se vê.
Amanhã a gente se vê.





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A minha foto
Porto e Ponta Delgada, Douro - o Mar - Açores, Portugal
por cá ando... resultado da junção ocasional entre um espermatozoíde e um óvulo, nos finais de 1969, início de 1970, que deu fruto e cresceu (de forma bastante substancial) e que tem como objectivo maior: (pro)criar... ou pelo menos tentar.