terça-feira, 30 de setembro de 2008

Sete Cidades



Percorri os sete mares,
Procurando entender,
Procurando ter riquezas.

No Atlântico me quedei
Pois aqui encontrei o lugar
Perfeito para te amar.

Nas Sete Cidades perdi-me
Que grandeza, do alto da montanha:
Uma vista majestosa!

O fundo da cratera,
É retrato fiel da paixão.
Juras de amor eterno...

Uma mulher, o desejo,
A definição de beleza.
Um convite ao prazer

A nossa aventura,
Mistério da vida,
Num ponto no Mundo.

Ponte entre azul e verde,
Entre emoção e sangue.

Um privilégio, uma sorte,
Ver-te e sentir o bater do coração.
Percorri os sete mares
E encontrei-te! Meu amor...

Vale das Furnas


Dos vários escritos de Deus
O mais belo e poético
Está registado no pedaço de terra
Mais isolado e escondido.

Aí, Ele foi do mais criativo,
Arrojado e esclarecedor.
Não poupou nas palavras,
Nem nas cores, nem nos sons.
Foi gigante no cenário,
Colocando-nos à escala.

No Vale das Furnas,
A natureza impõe-se e ensina-nos
O bem e o mal. O belo...
O lado de cá e o lado de lá.
E quem sou eu?

Na erupção, a emoção.
Na quietude, a razão.
No fogo a paixão.
Na água contemplação.

E vê-se a Terra a palpitar,
Mesmo o Todo Universo.
Transformação em marcha
Ciclo sem forma,
Onde não se vê o principio,
Não se vê o fim.
Nascer, existir, morrer...
Tão simples, tão complicado.

Este é um lugar mais do que formoso -
Poema, tela, música de Deus -
É mágico, por ser único
E por poder ser nosso.

Lagoa do Fogo



No meio do Universo a Terra
E no meio da Terra o fogo.
No meio do Atlântico a ilha
E no meio da ilha a lagoa.

De muitos, a mais bela.
É a filha do meio,
Rebelde e insubmissa,
Mas sempre doce e presente...
Contornos perfeitos, cabelos desalinhados.
A personificação da liberdade.
Ou do sonho de ser livre...

Exposta aos rigores da vida,
Confrontando, de frente, os elementos.
Foi ela, a que nasceu do fogo,
Do caos e do desvario.
Foi ela, a que surgiu da desordem,
Por entre as labaredas da paixão.

Ela é a coragem que nunca tive,
Uma vida fantástica que nunca vivi.
E respira, respira... transformando-se.
Foi o caos e fogo, agora é Harmonia.

E no vale, na quietude das suas águas,
Espelha o céu, as aves e o verde.
Quedando-se perdida do tempo,
Majestosa, esperando um olhar teu,
O abraço e o toque dos teus lábios.

Ponta Delgada



Deitada sobre o manto verde da ilha
De silhueta firme e ondulada, Delgada,
Contempla o horizonte azul,
Fronteira de céu e mar.
De sonho e coragem.

Mulher bela e desejada é amada... ou usada.
Vestida a branco e preto, colorida com mil flores,
De braços abertos, sincera e comovida
Recebe o homem e gera o filho,
O seu futuro.

Reza e pede por nós, pela vida...
De coração obrigado mas aberto,
Sem nada esperar reza
Ao Santo Cristo dos Milagres.

Marcada, desde sempre, pela força do basalto.
Moldada, para sempre, pelo mar defronte,
Pelo Homem contemplativo, sob o céu.
É forma, história viva,
Um centro de verdade.

Lança-se agora destemida, de encontro ao mundo,
Crescendo do trabalho e do sonho, da persistência.
Ganhando a sua liberdade,
Dá sentido à sua existência.

E existe num sentimento profundo
De estar a cumprir um desígnio:
A busca de felicidade eterna.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Este Verão


Este verão fui lá
Já não era sem tempo…
Que fintei e parei.

Quando abri os olhos e ouvi
Estava lá, na terra das sensações.
No meio do deserto azul
Aquele que esconde segredos.

Não me fiz rogado e senti
Explorando o que parecia haver
Fui lá, ao mar da memória,
Aos lagos do prazer inocente.

Lá onde se percebe a redoma
Que nos protege do vazio e do frio.
E foi lá que te vi outra vez
E se me apertou o peito.

E que senti vontade de brincar,
Esperando apenas aquilo que me é dado.
E corri como um louco pela ilha
Tentando descobrir o que havia para mim.

Fui lá até ao fim.
Estendido no verde da vida,
Permaneci sem nada de nada,
Com tudo que é meu.

Foi lá que adquiri o direito ao futuro
O dever de andar erecto
Para poder fintar e parar outra vez.
A minha foto
Porto e Ponta Delgada, Douro - o Mar - Açores, Portugal
por cá ando... resultado da junção ocasional entre um espermatozoíde e um óvulo, nos finais de 1969, início de 1970, que deu fruto e cresceu (de forma bastante substancial) e que tem como objectivo maior: (pro)criar... ou pelo menos tentar.