Ficamos suspensos, movimentos lentificados.
Respiro fundo e sinto o vazio.
E queima-se o tempo que em cinzas se desfaz,
Não sabendo o que fazer, nem sequer querendo.
Estendido sinto o corpo dorido.
O mundo à volta resume-se a um rectângulo,
De uma só dimensão, vestido a preto e branco.
Fecho os olhos e estou oco.
Somos natureza morta num quadro,
Perpetuando o momento sem perspectiva alguma.
Estou reduzido a músculo e osso.
O silêncio impera entre nós e é denso.
E o coração bate desinteressadamente.
A esperança, que espero, mantém a realidade.
Ao virar-me adormeço para sempre.
Finalmente...

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