de luz branca
tão branca
que ofusca a razão.
nele, uma mulher
deitada em abandono
tão só.
os braços descaídos
as pernas tão belas
um corpo perfeito
desvendado pelo vestido
transparente e branco
tão branco
que perdi o sentido de orientação.
nuns olhos tão lindos
um olhar perdido
sem ver futuro.
estendo-lhe a mão
e toco-lhe na pele ceráfica
tão branca
que toquei em neve.
senti a humidade
o abismo
a impotência.
o quadro é real!
e a realidade era vermelho
tão vermelho
como sangue vivo.
o vestido já não estava branco,
só a pele.
e veio o desejo:
imaginei ser o heroí,
aquele capaz de mudar destinos.
ela é tão jovem, merece o futuro
merece-o como todos nós.
ela não sonha, está a viver o presente.
quem não pertence aqui sou eu
o meu mundo é de rosas brancas
onde, com pouca coragem, se vive...
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