terça-feira, 30 de dezembro de 2008
desejo a vida
aproximavas-te num caminhar único
sereno, de branco.
o tempo suspenso como no filme.
com os pés na Terra
os pés que já não sentes.
imaginei e vi,
portanto existe e é válido.
tu andavas e pronto.
o mundo é fútil à tua volta
mas é assim que é feliz
e é isto que conta, não é?
a nossa luta é respirar
todos os dias, todos os dias
com pulmões que não são teus,
com músculos que não dominas,
em casa que não é a tua.
e não sentes calor.
e pensas que sabes o que é a dor
mas não tens saber.
fazem-te acreditar no poder
mas o pior é não ver.
a razão é ficção da tua cabeça
e nada desejas...
nada desejas a não ser aquilo que não é teu.
o que não é nosso é a vida!
disseste "a vida não é verdadeiramente nossa".
disse o escritor:
"sei que não desejo a morte,
ninguém deseja a morte".
se me permites acrescento:
a morte já é nossa.
desejo então a vida.
foto de Pedro Rodrigues
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- Alexandre Reis
- Porto e Ponta Delgada, Douro - o Mar - Açores, Portugal
- por cá ando... resultado da junção ocasional entre um espermatozoíde e um óvulo, nos finais de 1969, início de 1970, que deu fruto e cresceu (de forma bastante substancial) e que tem como objectivo maior: (pro)criar... ou pelo menos tentar.
1 comentário:
Very good!
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