Num passado recente
todas as perguntas,
aquelas possíveis,
tinham resposta.
Ou pelo menos haveria alguém
que, de certeza,
tinha a resposta.
A resposta certa
ou a que gostava de ouvir.
Com o passar do tempo,
as perguntas continuam...
as possíveis.
Não há perguntas impossíveis,
talvez impróprias.
As respostas nem sempre convecem
e a certeza é a de haver
perguntas sem resposta.
Aliás há perguntas que
jamais terão resposta,
pelo menos no meu futuro.
Cada vez pergunto menos.
E convencido,
às perguntas,
tento dar respostas.
Quando crescer,
espero compreender
que mesmo perguntas sem resposta
podem ter mais valor que respostas
pretensiosas.
Continuarei a fazer perguntas?
Saberei ouvir as respostas?
Farei novas perguntas?
terça-feira, 31 de março de 2009
sábado, 21 de março de 2009
o que tenho
esta tarde esperei por ti
desesperei...
sabes como é?
desesperei...
sabes como é?
aquela sensação de ansiedade,
aquele nervoso miudinho -
desconforto -
uma sensação de impotência.
E sabes o melhor?
eu sabia que não vinhas,
só tentava evitar o vazio.
só tentava evitar o vazio.
Certo dia, por muitos dias,
foste-me apresentada,
foste-me apresentada,
de forma natural, contínua...
sem eu nunca ter entendido,
sem eu nunca ter entendido,
nem dado por nada
uma virtual realidade foi crescendo,
criada e tomada na minha cabeça.
embora sabendo que és minha,
sei que nunca o serás,
sei que nunca o serás,
a não ser dar-se o caso...
a verdade é que
a verdade é que
(até este preciso momento)
nunca te encontrei.
nunca te encontrei.
se passaste por mim
não te reconheci.
não te reconheci.
se me beijaste não o senti.
uma oportunidade perdida,
por acaso...
ingenuidade sem culpa
ou culpa de desinformação,
a nossa imperfeição. A ignorância.
sabes que mais?
passarei esta imperfeição
aos meus filhos
consciente e inconscientemente,
ao acaso...
uma vida deve ser feita de esperança
não de sofrimento.
de alegria, não tristeza.
de busca
ao que temos direito
ou pensamos ter.
a vida deve ser feita de luta,
de luta pelo sonho:
o sonho de te ter.
o sonho de te ter.
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- Alexandre Reis
- Porto e Ponta Delgada, Douro - o Mar - Açores, Portugal
- por cá ando... resultado da junção ocasional entre um espermatozoíde e um óvulo, nos finais de 1969, início de 1970, que deu fruto e cresceu (de forma bastante substancial) e que tem como objectivo maior: (pro)criar... ou pelo menos tentar.